segunda-feira, 25 de maio de 2009

mundo Clown

Todos temos um Clown/Palhaço dentro de nós, a questão é encontrar o caminho até ele.
(Jacques Lecoq).

Numa releitura da brincadeira "O Mestre Mandou", o ator e diretor espanhol, Pepe Nunez, radicado em Florianópolis, começa a nos deixar relaxados e confiantes pros exercícios q viriam a seguir. Na brincadeira, q ele rebatizou de "Jacques Mandou", quem errava os comandos levava "pauladas" de jornal, às vezes, podendo trocar a surra por um beijo contanto q a pessoa escolhida aceitasse, caso não, era pau do mesmo jeito.

Foi nesse clima de brincadeira e descontração q o diretor, ator e palhaço, chamado por nós apenas de Pepe, nos conduziu a uma oficina nesse domingo, dia 24 de Maio. Do seu jeito humilde, vestindo uma camiseta velha e furada, uma meia de cada par nos pés e sobrancelhas taturanas inesquecíveis, o palhaço ali era um homem q não precisava de um nariz vermelho para ser amado.

Nas brincadeiras acompanhadas de doces palavras, Pepe nos ensinava oq muitos ali já sabiam, mas que em sua voz se tornavam cíclicas, dignas de serem ouvidas por pelo menos um milhão de vezes. O Palhaço é um espelho - disse ele - Quando rimos não estamos fazendo mais do q rir de nós mesmos. O palhaço não se esconde, revela. Sua mascara [o nariz] serve apenas como um artifício de proteção, de fato, expor-se tanto requer certos cuiadados. Ser palhaço é nos achar enquanto verdade em qualquer ação. Como um ladrão que usa um capuz para esconder sua vergonha ou um cowboy que usa o chapéu para se sentir mais confiante, o palhaço usa o nariz para expor tudo o que é, deixando a preocupação de não ser aceito de lado, amando ser oq é e por isso, sendo amado. Afinal, quantos de nós nos preocupamos em brincar, falar algo, agir de certa forma e não ser aceito? O palhaço é o unico que está livre de preconceitos, que pode agir como lhe der na telha. O nariz é a menor máscara, mas nunca esconde - e humildemente retoma - talvez seja por ser a menor máscara, não sei.

O espetáculo dirigido por Pepe, De Malas prontas, se apresenta hoje, dia 25 de Maio, as 20h, no Teatro Rondon Pacheco. A peça usa de técnicas da arte do clown sem que pra isso precise usar o nariz vermelho. Nem todos que usam um nariz são palhaços, muitos não usam e não sabem q são - diz Pepe ao citar o clown enquanto profissão. De malas Prontas é minha indicação, sem chances de frustrações. A entrada é franca e os ingressos serão distribuídos a partir das 12h.
Vou buscar o meu.

O ofício do Clown/Palhaço reside na liberdade de permitir-se ser o que verdadeiramente se é, e de fazer os outros espelharem-se e rirem de si mesmos na confiança de estar rindo do Palhaço. E isso, requer uma grande coragem. É um exercício de generosidade e risco, às vezes difícil, penoso e doloroso, mas sempre libertador, pois, se provocar o riso é à base da profissão, ativar o pensamento é a ambição e o fim. (Pepe Nunez)

[essa postagem tb pode ser vista em www.idearium.com.br]

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