quarta-feira, 15 de abril de 2009

Frankenstein de Mary Shelley

Quisera eu mesma escrever uma história, que despertasse um medo inominável, levantando um horror sem tamanho. História essa que não deixasse o leitor olhar a sua volta, congelasse o seu sangue e fizesse seu coração disparar. [Mary Shalley]

Acabei de assistir a esse filme que há muito tenho ouvido falar. Estava na minha lista mas por não conseguir achá-lo fácil nas locadoras lá ficou até que eu o conseguisse pelos bons amigos da internet. Confesso que Franheinstein pra mim sempre soou como uma história de terror bobinha, sobre um monstrão de parafusos no pescoço, inofenssível e de bom coração. Mas também sabia que sua história original foi modificada durante os anos e que o verdadeiro conto de terror escrito pela jovem Mary Shalley no fim do séc XVIII (parece q ela tinha apenas 18 anos) era bem mais aterrorizante. Pra quem deseja saber da história, o mais próximo possível da verdadeira, esse é o filme. Se bem que creio q o livro venha calhar melhor, sempre.
Frankenstein de Mary Shelley me soou um pouco exautivo, principalmente no começo. A obra não segue fluidamente, contendo cortes repentinos e fatos irregulares cronologicamente. A trilha sonora força um pouco a barra tentando manter sempre o tom de terror e aflição do filme, mesmo que tenha partes que necessariamente não precisem e que certamente cairiam melhor uma trilha que amenizassem as sequentes palpitações de um coração sadio. A trilha sempre em clímax faz parecer que o filme está sempre próximo ao fim, nos exausta antes mesmo do melhor que tem a ofercer - o final. Sim, é no fim do longa que o horror que Mary Shalley tanto buscou se concretiza. No restante do filme a personalidade do monstro é contraditória, sua personalidade nunca é clara muito menos suas motivações - coisas que descobri estarem presentes mesmo no livro. Ao fim de duas horas de projeção o horror se torna carnívoro, real, triste, pesado - saltavam-me palavras como "que horror", "que horror"...(era só isso que conseguia falar mesmo)
Não sei se o filme poderia ser melhor (acho q sim) e não sei se alguem o faria melhor depois de tantas adaptações. O certo é que finalmente um filme consegue reviver o terror de Frankeinstaein, mostrando-nos, em paralelo, os anseios duma sociedade que vive o começo dos avanços científicos e teme por eles. Um temor, que para nós que já vivemos tais avanços, pode parecer bobo, ingênio, assim como parece o monstro de Frankeinstein algumas vezes, mas que acima de tudo retrata a História, da forma mais interessante que há para se contar - fazando-a parecer sobrenatural.

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