domingo, 6 de novembro de 2011
O dia em que acordei meio Kafka
-->O dia entra pelo quarto com cor de fruta. Está quente. Manejo o cobertor a cobrir somente parte da perna direita, do joelho ao calcanhar que é onde sinto frio agora. Preciso acordar mas não é hora. Meu corpo dói, do pescoço à coluna um frio que me atravessa como uma pedra de gelo engolida com pouca saliva. Eu não quero acordar. Abro os olhos. Sinto meu pé pesado e mais um pouco consigo encontrá-lo no outro que está em parte meticulosamente coberto. Um súbito e pé e pé se estranham. Sinto um casco envolto à minha pele que pesa todo meu corpo. Sinto que está ali por uma razão. Me fazer jamais sair da cama, talvez. A materialização do desejo matinal. Não consigo movê-lo e começo a senti-lo crescendo. Da extremidade à cabeça. É a melhor sensação que já tive. A quero mais e cerro os olhos para degustá-la cega. A luz que atravessava aguda a cortina já é amena: sinal que o sol andou apressado e que esse momento anda lento. Já sinto o estômago duro e imagino quais cores se revelariam na quebra desse meu rochedo. Sou parte mina. A parte menina agora parece uma questão de escolha. Preencher o vazio que sobra do duro minério humanizado ou acostumar-me com a leveza do vazio? Decido ser pedra.
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Gostei de imaginar as metáforas. "O dia entra pelo quarto com cor de fruta."
ResponderExcluirx] thanx
ResponderExcluirCor de manga, imaginei eu.
ResponderExcluire muda fico eu...
ResponderExcluirraquel beatriz
Muito lindo... gosto quando vem imagens sem precisar fazer esforço kkk.. Até cores eu vi.
ResponderExcluirUm grande abraço...
Estou te seguindo..
=)