O peso das coisas
boas da vida deve
ser o mesmo de um
livro guardado na nuvem
Paulinha Tavares - Voltar
segunda-feira, 23 de abril de 2018
domingo, 23 de abril de 2017
segunda-feira, 27 de março de 2017
Made in Minas
Para o
prazer daquela que
enquanto
pausa não
haveria
de ser pronunciada:
de ser pronunciada:
uai é
vírgula.
E vamos
com vírgulas
pronunciando pausas.
pronunciando pausas.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Recorre quando sinto viver em paralelo
a momentos que me trazem,
disforme, o passado.
Quando, é claro, a indiferença
não se torna mais espontânea
do que a memória
Desses, o mais dramático,
objeto de pesquisas científicas
individuais e minuciosas,
traz um gráfico de fundos de poço
traduzidos por linhas que
se encontram em topos
Formam imagens de milhares
de mim mesma
a momentos que me trazem,
disforme, o passado.
Quando, é claro, a indiferença
não se torna mais espontânea
do que a memória
Desses, o mais dramático,
objeto de pesquisas científicas
individuais e minuciosas,
traz um gráfico de fundos de poço
traduzidos por linhas que
se encontram em topos
Formam imagens de milhares
de mim mesma
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
Poema para o fim
Cada dia se faz mais teu
aquilo que perderás
Até que ao morrer novamente,
perceba que as lágrimas
ocupam o lugar dos espamos
Elas te ressuscitarão após
a morte, por afogamento
E quando vierem novamente
mostrarão a ti que nunca viveste,
apenas morre lentamente
aquilo que perderás
Até que ao morrer novamente,
perceba que as lágrimas
ocupam o lugar dos espamos
Elas te ressuscitarão após
a morte, por afogamento
E quando vierem novamente
mostrarão a ti que nunca viveste,
apenas morre lentamente
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Duas mulheres diferentes que igualmente desconheço:
A mulher interior, doce, leve, matutina, criança
A exterior, defesa a postos, masculina, estratega
É como se te visse nos bancos da escola dominical
Seus cabelos castanhos abrasados pelo
sol que atravessa a janela
Seus olhos percorrem as letrinhas de sua bíblia
Igualmente curvado não presto atenção no que fala Deus
prefiro contemplar a criação, uma menina de perfil que lê
e para ao se perceber observada.
Igrejas são fábricas de platônicos
Saem aos montes e não se curam
nem em análise
E assim sou eu
E assim é você
Distância é uma palavra que uso com frequência
Mesmo estando próximo.
(Poema de Rogério Cathala)
A mulher interior, doce, leve, matutina, criança
A exterior, defesa a postos, masculina, estratega
É como se te visse nos bancos da escola dominical
Seus cabelos castanhos abrasados pelo
sol que atravessa a janela
Seus olhos percorrem as letrinhas de sua bíblia
Igualmente curvado não presto atenção no que fala Deus
prefiro contemplar a criação, uma menina de perfil que lê
e para ao se perceber observada.
Igrejas são fábricas de platônicos
Saem aos montes e não se curam
nem em análise
E assim sou eu
E assim é você
Distância é uma palavra que uso com frequência
Mesmo estando próximo.
(Poema de Rogério Cathala)
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Tuas gotas
Escorrem do teu corpo
meus versos
ou os versos que brotam de ti
são teus os poemas dos dias ensolarados
sábado, 20 de dezembro de 2014
Poeta
Da janela do meu quarto
não sobra sol de
tanto pingo
mas sobra poeta.
Poeta não se bronzeia e se,
não é poeta
Mas se na sombra
vegeta, veja só:
poeta
domingo, 7 de setembro de 2014
Aos descendentes
Minha mãe diz
que a bisavó foi
pega no laço
que era índia bonita
do cabelo liso
e do sorriso afiado
que agradecia
às bilocas azuis do vovô
que ninguém havia herdado
que a bisavó foi
pega no laço
que era índia bonita
do cabelo liso
e do sorriso afiado
que agradecia
às bilocas azuis do vovô
que ninguém havia herdado
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Em Estrela do Sul
Os moradores se orgulham
de terem saído em uma página
da Revista Cruzeiro
na década de setenta
Era a foto de uma placa
grudada na entrada de um
restaurante que dizia -
Fechado para o almoço
Quem disse foi Seu Branquinho
logo depois de me olhar e perguntar -
Olha que grama verdinha,
Não te dá vontade de pastar?
de terem saído em uma página
da Revista Cruzeiro
na década de setenta
Era a foto de uma placa
grudada na entrada de um
restaurante que dizia -
Fechado para o almoço
Quem disse foi Seu Branquinho
logo depois de me olhar e perguntar -
Olha que grama verdinha,
Não te dá vontade de pastar?
sábado, 23 de agosto de 2014
cada canto é tão ciclópico
Por menor que seja toda
sexta-feira termina um ciclo
e é por isso que são ciclópicas
todas as segundas-feiras,
ciclotímidas segundas-feiras
dos ciclistas
Mas há também as segundas-feiras
dos ciclorápidos
cicloferas, cicloincríveis
meninos de triciclos,
para eles são também ciclópicas
as segundas-feiras
Para mim o caderno aberto há horas
já se tornou ciclópico,
confirmando que pendurar
um poema na
cabeça
não nos redime
Enorme já é cada pingo que cai lá fora
os quais confundo as vezes com
o chuvisco que soa agora de um velho
disco
terça-feira, 22 de julho de 2014
sábado, 10 de maio de 2014
Líquidos
Entre a dor do
Dolo
E a cor do
Colo
Líquidos.
Lembram-se de quando
O amor era no
Tête-à-tête
(Silêncio: - corpos resvalam-se em um carpete)
Não se importam
Dão todo tributo aos vinte minutos
São efêmeros
Como um ninho que se recolhe no mar
Ou como um segredo.
Mas há lugares
Amor
Em que o tempo não chega
Frentes frias
Sempre caminham
com as costas
quentes...
Dolo
E a cor do
Colo
Líquidos.
Lembram-se de quando
O amor era no
Tête-à-tête
(Silêncio: - corpos resvalam-se em um carpete)
Não se importam
Dão todo tributo aos vinte minutos
São efêmeros
Como um ninho que se recolhe no mar
Ou como um segredo.
Mas há lugares
Amor
Em que o tempo não chega
Frentes frias
Sempre caminham
com as costas
quentes...
sábado, 19 de abril de 2014
sábado, 15 de março de 2014
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
sábado, 4 de janeiro de 2014
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Variações sobre um dia nublado
1
Depois da chuva à luz do dia andamos desprotegidos
sem sombra
2
Se está nublado e se está sozinho está sozinho
está sozinho
3
Depois da chuva se há uma enxurrada nem
minha sombra nada
4
Sem sombra em um dia nublado a solidão me pega
desacompanhado
5
Sem sombra e sol sai na rua sem rumo
um girassol
6
Se viajo com chuva no alto da serra minha mão e a neblina
uma nuvem minha
7
No horizonte da rua ensaia um sol
o amarelo do farol
Tanta neblina, menos mal
que antes que eu siga
um verde desliga
um sol no sinal
domingo, 29 de setembro de 2013
domingo, 25 de agosto de 2013
Estendem-se os amantes
Alongados na cama
tecem teias de braços
pernas, dedos
de corpos cacheados
Estendem-se os amantes
No vinco dos lençóis
a dobra da sobra
de um desembrulho
domingo, 11 de agosto de 2013
Cítrica
Essa história aconteceu na roça
Havia um pé de laranjeira
Um moleque trepado lá em cima
E minha tia menina no pé
Minha tia conta que caiu lá do topo
Uma folhinha com o escrito -
(feito com a ponta de um galhinho)
Quer namorar comigo?
Ela queria muito responder que sim
Apaixonada e dificílima
Escreveu do outro lado da folhinha
Que iria pensar...
Havia um pé de laranjeira
Um moleque trepado lá em cima
E minha tia menina no pé
Minha tia conta que caiu lá do topo
Uma folhinha com o escrito -
(feito com a ponta de um galhinho)
Quer namorar comigo?
Ela queria muito responder que sim
Apaixonada e dificílima
Escreveu do outro lado da folhinha
Que iria pensar...
sábado, 27 de julho de 2013
Segredo
Escrever pouco
é estar feliz o bastante
ou ficar triste muito pouco?
namorei um japonês
(mamãe diz)
um amor profundo
mas seu avô não deixava
porque japonês
era homem de outro mundo
"I got my sex...
I got my boobs..."
no itunes
Rindo muito
eu e mamãe aqui
é estar feliz o bastante
ou ficar triste muito pouco?
namorei um japonês
(mamãe diz)
um amor profundo
mas seu avô não deixava
porque japonês
era homem de outro mundo
"I got my sex...
I got my boobs..."
no itunes
Rindo muito
eu e mamãe aqui
(Hoje, minha mãe faz 50 anos...)
terça-feira, 2 de julho de 2013
Do amor que vale o silêncio [2]
À espera de tanto [a]mar
livrou-se do órgão no peito
a mulher à beira da onda
como a rocha litorânea
crivada pela água do mar
livrou-se do órgão no peito
a mulher à beira da onda
como a rocha litorânea
crivada pela água do mar
Assinar:
Postagens (Atom)